23 de janeiro de 2013

A vez das juntas de freguesias


De uma forma generalizada, pelo interior do país os partidos dos pançudos, como diria a nossa querida Odete Santos, foram fechando escolas, postos de correios, centros de saúde, tribunais, cortando nos parcos transportes públicos que ainda existiam e segue-se a extinção de 1165 freguesias.
Quer-me cá parecer que portas abertas ao público nestas localidades só restarão mesmo as dos cafés e mercearias, ainda que por pouco tempo, pois há que entregar mais esse número de clientes às grandes empresas de retalho para que nos tenhamos de ajoelhar em agradecimento quando o tio Belmiro e o Dr. Soares dos Santos se vangloriarem do número de postos de trabalho que oferecem ao país, com grande sacrifício seu, apenas pelo prazer da caridade que tanto os caracteriza.
Tendo em conta a falta de vergonha a que esta corja já nos habituou, alguém tem dúvida de que brevemente, talvez na campanha eleitoral das autárquicas que se avizinham, eles apareçam com discursos sobre medidas de combate à desertificação do interior. Sim, porque na hora de contabilizar as autarquias ganhas e decidir o partido vencedor, o interior é lembrado; nas eleições legislativas ou presidenciais, os seus votos não chegam para eleger ninguém…
Cá estarei para me certificar que não falhei nesta previsão mais que previsível.

14 de janeiro de 2013

Confirma-se! O país dos atrasados mentais continua igual a si mesmo



De 1982 para cá, os E.U.A. já viveram 61 massacres do género do que recentemente aconteceu na escola primária de Sandy Hook em Newtown.
Como de costume, estas barbaridades foram cometidas com recurso a armas de fogo legais.
A forma de resolver o problema já foi encontrada por um grupo de cowboys iluminados. Puseram em marcha uma recolha de assinaturas para uma petição que possa vir a permitir aos professores ter uma pistola ao lado dos lápis de cera e quem sabe… da Bíblia. Se cada professor for um Chuck Norris, ou um Shwasnegger, está o problema resolvido.
Genial!!!
Yes We Can!!!

Tão boa pessoa...!


Como muitos portugueses (pelo menos os que tiveram dinheiro para comprar o aparelho da TDT), consequência de incómodos problemas de liquidez, o meu réveillon foi passado no conforto do lar a ver o Herman José que este ano teve concorrência de peso nas programações televisivas de fim de ano; diria mais, concorrência desleal. Ver um canal de televisão passar constantemente um programa em que diversos figurões da vida política nacional se comoviam a bajular o ministro Vítor Gaspar, entre eles, imaginem só, o Relvas (pôr o Relvas como testemunha abonatória não lembraria nem ao Vale e Azevedo…), provocou-me tal ataque de riso que passei o fim de ano com o prato das filhós de um lado e uma arrastadeira do outro, não fosse o diabo tecê-las…
E que estação televisiva é que o Governo contratou para passar a sentida homenagem? A TVI, pois claro! Tem um público menos céptico, e os portugueses que desconhecem a existência de outros canais, que são parecidos com aqueles portugueses que desconhecem a existência de outros partidos, lá foram degustando as suas refeições festivas junto dos seus entes queridos, ouvindo que o ministro Vítor Gaspar foi um aluno genial, que o ministro Vítor Gaspar nunca aplicaria medidas difíceis para o povo português que não fossem inevitáveis, que o ministro Vítor Gaspar trabalhou no Banco Central Europeu e é muito considerado nos meandros da União Europeia (esta eu acredito, devem gostar mesmo muito dele, dá-lhes jeito o seu patriotismo), etc. Por momentos até me pareceu uma homenagem póstuma. Enfim... Teremos um 2013 muito próspero, ou não estivéssemos todos protegidos pela magistralidade e abnegação do nosso ministro e pai, Vítor Gaspar. Ajoelhemo-nos em agradecimento ao Sr. ministro, o Einstein da católica.